domingo, 21 de janeiro de 2007

Schizophyllum commune




Esta estranha espécie intrigou os micologistas durante muitos anos. Tem uma textura papirácea, o chapéu está coberto de pilosidades lanosas brancas, cresce na madeira de árvores duma maneira semelhante às Polyporales, mas tem pregas debaixo do chapéu dobradas longitudinalmente (Schizophyllum significa "folha dobrada"), que parecem lâminas à primeira vista. É uma espécie muito frequente em Portugal. Aliás, é uma das espécies mais frequentes no planeta, presente em todos os continentes com a excepção da Antártida, porque lá não há madeira que possa usar como substrato. Muitas vezes passamos por ela em jardins ou bosques... sem sabermos do que é capaz.
Tem uma capacidade de resistência notável: o cogumelo seca e rehidrata várias vezes ao longo da sua vida. Provavelmente os cogumelos da imagem em baixo têm um ano ou mais de existência. Estão por isso bem adaptados a climas com pouca chuva. Dada a capacidade de resitência destes fungos, podemos ver os seus cogumelos todo o ano, inclusivé em pleno inverno.
Este fungo é capaz de degradar a madeira das árvores e causar podridão branca. A madeira é um dos materiais naturais mais difíceis de degradar, e as enzimas produzidas por estes fungos são relevantes para a biorremediação de diversos poluentes.
Este cogumelo apesar de não ter valor gastronómico, é comestível e tem aplicações medicinais. Produz uma substância designada schizophyllan, que aumenta as defesas imunitárias. E inacreditavelmente ainda dá para fazer uma espécie de queijo!!!!
Além disto, é um organismo modelo para estudar a reprodução sexual nos cogumelos.
No entanto, nem tudo neste fungo é bom para nós: pode causar micoses no sistema respiratório em pessoas e animais imunocomprometidos.

Santa Isabel, Janeiro de 2007

1 comentário:

junior disse...

cientistas suiços descobriram que o fungo acima schizophyllum commune melhora o som do violino pois ele come partes da madeira , que fica mais leve e uniforme